Este texto foi baseado nas experiências dos participantes do Projeto Portal, associação fundada pelo pesquisador e ufólogo Urandir Fernandes de Oliveira.
Nome
científico: Hovenia dulcis Thunberg.
Nomes
populares: uva-do-japão, cajueiro japonês, uva japonesa, passa-do-japão,
gomari, pau-doce, mata-fome, japanese raisin tree.
Planta nativa do continente asiático,
encontrada originalmente no Japão, China, Coréia e região do Himalaia, foi
amplamente utilizada na arborização paisagística de cidades brasileiras a
partir da década de 1950. É uma árvore caducifólia, podendo chegar a
10-20 metros, com tronco cilíndrico revestido de casca fissurada, de folhas
simples e ovaladas. Apresenta ramos de inflorescências axilares e terminais,
com flores brancas. Os ramos das inflorescências (pseudofrutos), de cor marrom,
tornam-se suculentos e agridoces; em suas extremidades se formam os verdadeiros
frutos (bolinhas), com sementes marrons. A planta tem sido amplamente
utilizada na recuperação de áreas degradadas, em razão de ser uma árvore que
cresce e frutifica em abundância, o que atrai aves e pequenos mamíferos.
Entretanto, como se multiplica rapidamente com a ajuda desses animais, tem-se
revelado altamente invasora, o que pode levar a redução da diversidade de matas
nativas. Multiplica-se por sementes ou
estacas. As sementes devem ser escarificadas para quebrar a dormência. Deve ser
cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, com regas regulares no primeiro ano
após plantio, em solo fértil e bem drenado, já que não suporta encharcamentos.
A frutificação inicia-se de 3 a 4 anos após plantio.
A planta apresenta grande potencial
alimentício e farmacêutico.
Seus pseudofrutos têm sabor
adocicado e devem ser colhidos maduros, já que verdes tem sabor adstringente.
Quando excessivamente maduros chegam a fermentar e apresentar gosto alcoólico.
Quando desidratados, podem ser estocados por meses e são fontes energéticas
sucedâneas do açúcar e do mel, já que contém 23% de açucares (glicose, frutose
e sacarose). Podem ser dessecados em
estufa a 50 graus por 24 horas e transformados em passas. Se secarem por mais
tempo, de 48 a 72 horas, podem ser triturados e apresentam aspecto de açúcar
mascavo. Pode ser conservado em potes e é usado como adoçante, para usos
diversos, como na preparação de bolos.
Na Medicina Tradicional Chinesa a
planta é utilizada no tratamento da intoxicação alcoólica aguda e síndrome de
abstinência, bem como do diabetes.
Pesquisas identificaram, como seu
principal princípio ativo, a Dihidromiricetina, um flavonoide que tem ação
sobre neurotransmissores e inibe o dano oxidativo causado ao cérebro pelo
consumo excessivo do álcool. Além disso, acelera o metabolismo do álcool no
fígado, o que leva a uma ação hepatoprotetora. É ainda antimicrobiano, laxante
e diurético.
Suas folhas podem ser utilizadas sob
a forma de chás e de sucos para desintoxicação do organismo e fortalecimento da
energia vital, com consequente efeito sobre a imunidade, prevenção e cura de
muitas doenças.
Por ser uma planta relativamente
recente no país, espera-se que novos estudos possam levar a uma maior
utilização dessa planta na medicina e na alimentação de nosso povo.